terça-feira, 20 de maio de 2008

Acontecimentos prévios ao início da jornada...

Este trecho destina-se única e exclusivamente a elucidar e esclarecer como todos os eventos, que são neste diário relatados, atingiram seu ponto de início.

Eu tenho minhas origens em uma modesta família de mercadores, oriundos de uma pequena vila ao Sul de Eregoth Meridional, Dorcas. Desde a mais terna idade meus hábitos sempre demonstraram uma facilidade quanto ao raciocínio lógico e matemático, o que estimulou meus genitores a propiciarem-me bons estudos na esperança de que eu pudesse auxiliá-los e posteriormente substituí-los em seus negócios.

Aparentemente o destino mostra-se ao mesmo tempo fascinante e cruel justamente por sua característica mais lógica: a incerteza. Há 9 anos atrás, mais precisamente na primavera, a caravana de meus pais foi atacada e saqueada. Infelizmente neste incidente perdi não só suas preciosas vidas, como também boa parte do capital de minha família, pois muito havia sido investido neste carregamento, o que me faz pensar que seja justamente este o motivo do ataque.

Após este infeliz evento eu me tornei o único herdeiro e responsável pelas posses da família Warren. Não só minha idade como também minha indisposição à vida de mercador, aliados à minha mente que exigia mais de mim do que uma vida comum, me levaram a tomar uma decisão que muitos julgariam loucura: vender todos os bens, inclusive a casa de minha família, e investir todo o dinheiro conseguido em minha educação como um aprendiz das artes arcanas. Meu nobre tutor, Fineas Bloom, me ensinou tudo o que um mago deve conhecer antes de buscar o conhecimento por si só, e tendo ele percebido que minha mente era ávida por conhecimento a alimentou com satisfação, me treansformando em um jovem interessado pelo estudo não só das artes arcanas, mas como da história do mundo como um todo, principalmente o que é referente ao que aconteceu antes do evento que é conhecido como "O Cataclisma".

Cerca de um ano e meio atrás meu tutor considerou que já era hora de minha caminhada pessoal, e que eu deveria passar a trilhar meu próprio destino. Após nossa despedida retornei à minha antiga vila com o intuito de conseguir um trabalho, e juntar dinheiro para a realização de meus dois sonhos: Estudar em Palantas e ter acesso à grandiosa biblioteca de Astinus, o Grande Sábio de Palantas e líder dos Estetas. Entretanto esta seria uma tarefa demorada, pois na atual era que Ansalon enfenta, nós usuários de mágica somos vistos com maus olhos, pois assim como os cavaleiros Solâmicos, somos encarados como "aqueles que permitiram que o cataclismo ocorresse", e desta forma eu não poderia ser contratado com um mago, e sim para desempenhar funções de remuneração mais humilde.

Minha primeira impressão ao retornar a minha antiga morada foi a de que eu não pertencia mais àquele lugar, pois a vila não parecia se desenvolver em sentido algum, era a mesma que eu havia deixado, apenas sendo diferente onde os filhos começavam a substituir os pais em suas funções.

Minha família possuia uma condição confortável, porém o real ponto de referência no que se diz respeito à economia de Dorcas era a família Fargo. Fazendeiros de grande porte, ao menos para os padrões de Dorcas, concentravam consigo boa parte da riqueza da vila, e são também comerciantes. Seu patriarca, John Fargo, foi meu primeiro "empregador", contratando-me como tutor de seu filho, o jovem bardo Rulf Kruli, que precisava receber uma educação adequada, mas como a vila carecia de uma escola fui a melhor opção. Ao conhecer o tal jovem minhas dúvidas quanto a "Por que não enviar o rapaz para uma outra cidade? Dinheiro para eles não era um problema..." foram elucidadas.

O jovem Rulf Kruli é um "Bon Vivant" por natureza, sendo de seu interesse apenas a diversão proporcionada pelas artes (principalmente a dança, o que é estranho vindo de um homem....) e pelas mulheres, não se interessando pelos negócios da família ou pelos estudos (algo que há de se explicar por sua nada brilhante capacidade de raciocínio, que provavelmente o leva a não querer se ocupar com "questões complicadas").

Sempre acompanhado do meio-ogro Rexxar Olho Rubro, que se tornou seu protetor quando Rulf o salvou da execução na fazenda de seu pai há tempos atrás, o jovem Kruli visita religiosamente a taverna de Dorcas para fazer suas apresentações (muitas vezes se ausentando nos horários das aulas. Mas isso é um assunto facilmente resolvido pela pouca diversidade de locais de diversão na vila e pela ajuda de Argentia, minha coruja familiar). Uma surpresa que encontrei ao me tornar tutor particular do jovem Kruli foi justamente seu protegido, Rexxar, que se apresenta como um exemplar de descendente dos ogros
que eu descreveria como um inusitado. Ele apresenta uma capacidade mental superior a qualquer ogro que eu já tenha encontrado e até mesmo a de muitos humanos (com certeza o jovem Kruli se encaixa nestes indivíduos), sendo este o mais interessado em minhas aulas. É curioso ver um indivíduo que carrega o sangue ogro, ainda que parcialmente, se interessar por assuntos que dariam sono até mesmo em muitos alunos das artes arcanas, como história antiga de Ansalon.

O que guardará a incomum mente de Rexxar? Pergunto-me se algum dia ele poderia aprender magia... isso sim seria uma conquista e tanto.

E estes são os relatos dos acontecimentos que precedem a nossa longa jornada pelo seio de Ansalon.

Um comentário:

L.S. Reis disse...

Bom dia, senhor Raynold.

Desejo-lhe boa sorte na jornada.
Peço-lhe que tenha muito cuidado, nunca se sabe o que pode acontecer nestas terras...

Obrigada por nos dar a honra de ler o seu diário!

Saudações,
LSReis